quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Naldo da Portela é homenageado do Rodas em Dia de Graça, no GRANES Quilombo

Assistente social e militante de algumas organizações sociais, Naldo é um dos fundadores do Grupo de Samba "Só Raízes", que surgiu na Pedreira (Pavuna). Autor de sambas vitoriosos na GRES São Clemente em 2008 e 2011. A Portela, sua escola, desfilou três anos com sambas seus: "Brasil Marca A Tua Cara e Mostra Para o Mundo" (2006), "Derrubando Fronteiras, Conquistando a Liberdade" (2010), "Rio, Azul da Cor do Mar" (2011). Desde 2005, o grupo "Só Raízes" comanda a roda de samba do Pagode da Ala dos Infiéis.
O GRANES QUILOMBO fica na rua Ouseley, nº 810 - Acari - Fazenda Botafogo - próximo a Estação do Metrô.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Sábado tem IV Sarau Musical em Santa Teresa

A Associação Carnavalesca Infiéis tem o prazer de convidar  para o IV Sarau Musical Infiel, que neste ano homenageia Alcebíades Barcelos - o Bide

Anualmente a A.C. Infiéis elege um sambista de outrora (primeira metade do Século XX), que tenha contribuído para a formação do samba e prepara uma homenagem. Já tivemos o prazer de reverenciar os mestres Wilson Batista, Ismael Silva e Geraldo Pereira, e neste ano o homenageado é o não menos magnífico Alcebíades Barcelos. Bide nasceu em Niterói e mudou-se ainda criança para o bairro do Estácio, em 1908. Na década de 20, começou a frequentar as rodas de samba do bairro. Compôs, em 1927, o samba “A Malandragem”. No mesmo período conheceu o cantor Francisco Alves, que adquiriu e gravou o samba (Odeon, 1928). Em 1928, fundou com Ismael Silva, Baiaco, Brancura, Mano Aurélio, Heitor dos Prazeres, Mano Rubens, Nilton Bastos e Mano Edgar a primeira Escola de Samba, a “Deixa Falar”. A ele se deve a introdução do surdo e do tamborim no acompanhamento dos sambas cantados pelos componentes da “Deixa Falar”. Duas músicas suas foram cantadas pela Escola (1932): “O Meu Segredo” e “Rir Para Não Chorar”. Foi, juntamente com o parceiro Marçal, um dos principais formadores do chamado “samba do Estácio”.
Contamos com a participação de todos para fazer uma bonita festa!
O IV Sarau Musical Infiéis será sábado 10/09 no Largo do Curvelo, em Santa Teresa, às 16h. 
Seguem duas pérolas da parceria Bide-Marçal, interpretadas por Mestre Marçal: (programa Ensaio, TV Cultura, exibido em 1991)

Velho Estácio (Alcebíades Barcelos, Armando Marçal)

Agora é cinza (Alcebíades Barcelos, Armando Marçal)

 

Para saber mais:

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

O Infiéis e os Infiéis





Um dia, um grupo de amigos amantes do samba e do carnaval experimentaram um Banzo compreensível com o fim das comemorações Momescas.  Esse banzo era o vazio deixado pela quarta feira de cinzas, a entressafra em que parece que tudo para, e o samba entra em recesso para dar espaço ao labor, como remédio resolveram se reunir um mês depois do carnaval.  O lugar escolhido parecia improvável para o samba “A casa do gringo” a casa de um americano não sambista, mas muito musical. Colocaram a panela no fogo e muitos sambas a tocarem. 
 Sentiram-se felizes em adiar a dor do dia-a-dia  na preparação de um dia de folia. Parecia que aquela época mágica em que o samba reina absoluto, tinha voltado naquela tarde de sábado.  No ano seguinte chamaram um grupo de pagode, o “Só Raízes” e aquele quintal de casa de vila se transformou em um lugar religioso onde o samba era adorado, regado em caldos borbulhantes em calor aromáticos e cervejas gélidas, sem esquecer uma humilde sombra de uma árvore aprisionada em um vaso, ali a folia transpirava e germinava, deu-se o nome de Pagode da Ala dos Infiéis. 
Pagode: "uma reunião íntima regada a bebida e comida". Infiéis por levarem em conta a conjunção: identificação com samba / preço, na hora de escolherem em que ala e Escola desfilariam e não suas paixões pelas bandeiras. Nascia a tradição da aparência de traição disfarçando a fidelidade ao essencial.
Aquele grupo de 20 amigos, copiando a árvore do vaso, foi crescendo...  Cantavam a plenos pulmões sambas que pareciam eternizados nas almas e despertando o desejo de conhecer mais e mais sambas, de espalhar o nome dos sambistas entre mais e mais pessoas. 
Então os infiéis puseram-se a trabalhar em suas horas de folga (pois todos precisavam cavar seu sustento – e como a música de Wilson Batista “Ele trabalha de segunda a sábado. Com muito gosto sem reclamar. Mas no domingo ele tira o macacão, E manda no barracão, põe a família pra sambar” na verdade trabalhavam de segunda a sexta e nem com tanto gosto assim!) pesquisar, ouvir, trocar ideias, falar, viver e sentir o samba. 
Nasceram as homenagens, que consistiam em escolher um sambista, divulgar suas músicas, uma mini biografia,  confeccionar uma camisa com a ideia de uma das suas músicas, reunir um grupo de pessoas e cantar aqueles sambas sabendo exatamente quem tinha sido o gênio que os criou. Àquele tempo o Infiéis já eram muitos e então sentiram necessidade de uma denominação, um laço, uma associação e fundaram em 28 de fevereiro de 2007 a Associação Carnavalesca Infiéis.  Fizeram seu primeiro Baile de Carnaval no ano seguinte, na segunda feira de carnaval de 2008. A “Banda do Seu Cacau” entendeu o espírito e foi para a Praça fazer um baile que lembrava aqueles carnavais gravados nas lembranças da infância de cada um.  A Árvore rompeu o vaso, o Pagode cresceu e saiu da casa de vila lá em Vila Isabel e foi para o subúrbio. As ideias foram crescendo assim como o desejo de sambar, saber e comunicar e o Infiéis foi se inventando somando cada vez mais ideias e infiéis... 
Bem, mas essa história tem muitos capítulos e respeitando a tradição da oralidade deverá ser contada aos poucos, com a sabedoria do tempo e do lugar.

Saudações Infiéis!